Dr. João Lúcio
João Lúcio Pousão Pereira , nasceu 4 de Julho de 1880 e faleceu, vitima da gripe pneumónica a 26 de Outubro de 1918. Licenciou-se em Direito na Universidade de Coimbra.
Regressa a Olhão em 1902, tornando-se rapidamente um advogado famoso, dados os seus dotes argumentativos e orais. Segundo os jornais regionais de então, cada vez que o poeta ia advogar, as salas de tribunais enchiam, e ainda hoje, é considerado como um dos mais distinguidos advogados algarvios de sempre.
É então que o poeta, monárquico, torna-se editor literário do semanário farense O Sul, jornal ligado ao Partido Regenerador Liberal de João Franco, em cujas listas concorre e ganha um lugar, em 1906, para a Câmara dos Deputados, chegando ainda a ser nomeado, embora brevemente, como presidente da comissão administrativa da Câmara Municipal de Olhão. Entretanto, em 1905, publicara O Meu Algarve, obra que acaba por imortalizar João Lúcio co mo um dos maiores vultos da poesia algarvia.
Com a instauração da República, o poeta abandona a política e decide viajar com a sua família pela Europa, tendo publicado, em 1913, Na Asa do Sonho. Provavelmente inspirado pelas suas viagens, João Lúcio projecta então um chalé completamente original, no isolamento dos Pinheiros de Marim, nos arredores de Olhão, para onde pensava retirar-se depois de abandonar a advocacia, a fim de buscar a inspiração para a sua poesia.
Em Agosto de 1918, João Lúcio decide ir habitar o chalé com a sua família, apesar de este se encontrar ainda inacabado. É aí mesmo que vem a contrair o fatídico vírus da pneumónica que assolou a região, e que lhe acabaria por ceifar a vida na manhã de 26 de Outubro de 1918, com apenas 38 anos de idade.